Como bons pais e professores, temos uma tendência de desejar que nossos filhos e alunos tenham que se esforçar o mínimo possível. Aqui está um grande erro. Pesquisas apontam que o esforço é essencial para o domínio e excelência em um determinado tema. Além disso, em geral, as pessoas mais bem sucedidas do mundo são aquelas que tiveram que batalhar muito ao longo da vida. Ou seja, é inegável a importância do esforço para o aprendizado.
Neurocientistas descobriram que o reconhecimento dos erros auxilia no desenvolvimento e na conectividade dos nossos cérebros e que, se não estamos nos esforçando, na verdade não estamos aprendendo. Esse é um tema bastante importante sobre o qual devemos refletir. Em sala de aula, normalmente agimos rapidamente para ajudar os alunos que estiverem passando por dificuldade de entender algum assunto, quando, na verdade, essa deveria ser a última coisa que deveríamos fazer.
Além disso, há uma crença geral na sociedade de que errar é imperdoável. Por isso, é muito importante que deixemos claro para os estudantes que errar e não saber a resposta de tudo não são o fim do mundo. Devemos incentivar o “não sei, mas vou buscar saber” em vez de reprimir erros ou glorificar os alunos “sabe-tudo”.
Não é raro perceber que muitos estudantes começam empolgados com uma matéria, mas, quando se deparam com obstáculos ou quando acham que seu desempenho não está tão bom como o dos outros, começam a duvidar de si mesmos. Precisamos aprender a passar a mensagem de que o esforço é muito valioso e que errar pode ser bastante produtivo. Certamente ajudaremos nossos filhos e alunos a ficarem mais à vontade para cometerem equívocos e, consequentemente, correrem atrás do reparo. Certamente isso os incentivará a vencer a velha inclinação para dar desculpas esfarrapadas, que quase nunca vêm acompanhadas de uma solução. Isso também os ajudará a persistirem mais, porque o esforço não significará que eles são burros ou incapazes, mas sim que eles estão aprendendo e evoluindo.
Pare por um momento e lembre de sua época na escola. Provavelmente alguns dos conteúdos que você mais aprendeu foram justamente relacionados à questões que você errou em provas, mas que achou que tinha acertado. Buscar entender o porquê do erro foi o que fez com que o conhecimento fosse de fato absorvido.
Em seu livro Mindset, Carol S. Dweck, professora de psicologia na Universidade Stanford, descobriu, com base em décadas de pesquisas, que a atitude mental com que vivemos a vida (o que ela denomina “mindset”) é determinante para nosso sucesso ou fracasso, não apenas nossas habilidades e talentos. Segundo ela, existem dois tipos de mindset: o fixo e o de crescimento. O mindset fixo está presente naqueles que acreditam que a inteligência é inata e que não pode ser desenvolvida ao longo do tempo. Pessoas assim têm dificuldade de enfrentar desafios por medo de expor suas limitações e não creem que o esforço pode gerar mudanças. Já aqueles com o mindset de crescimento buscam o aprendizado para superar suas fraquezas e encaram os problemas com entusiasmo. Consequentemente, estes acabam conquistando resultados melhores no que fazem.
Ou seja, o esforço precisa passar a ser mais valorizado em nossa sociedade, e os professores têm um papel crucial nessa mudança! Vamos focar e lembrar da importância do esforço para o aprendizado todos os dias.
Gostou da matéria? Aproveite para compartilhar em suas redes sociais e marcar os colegas de trabalho! Possui alguma sugestão de algum tema que gostaria de saber mais ou tem dúvidas? Envie para a gente nos comentários. Até a próxima!
Referências:
https://www.edsurge.com/news/2019-10-28-why-struggle-is-essential-for-the-brain-and-our-lives